quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Liberdade + liberdade = escravidão? Jonas Rafael Ludwig

Muitas pessoas que ainda estão bem jovens e lúcidas devem ter vivido na época da ditadura, e quem não a viveu deve já ter algumas boas referencias, ambos devem saber de acontecimentos da ditadura. Com certeza, haviam boas experiências contidas nas pessoas, mas havia um medo na população em geral, e principalmente nos líderes, pessoas que mais se expunham em fazer alguma critica ao governo, e nisso se incluem principalmente professores, líderes comunitários, lideres dos sindicatos.
Felizmente passou essa época, e atualmente o povo goza de privilégios de liberdade e qualidade de vida nunca alcançados anteriormente, um avanço e tanto para o lema positivista “ordem e progresso” expresso na bandeira do nosso País.
Porém há realidades mundiais chamadas desemprego e preguiça. Com a modernização dos meios de produção, cada vez é necessário menos empregados. Parece que isso leva a um aumento do numero de desempregados (pode até cair a porcentagem, mas cair a porcentagem de despregados (como parece-me que mostram algumas pesquisas), não significa necessariamente, que caiu também o número de desempregados). O porém, é que mesmo desempregados, as pessoas precisam satisfazer as necessidades básicas, e quando não há seguro desemprego do governo, precisam necessariamente recorrer a meios ilícitos para sobreviver (descarta-se aqui aqueles que não tem necessidade extrema, e que cometem atos ilícitos, por estarem drogados, ou por querer um privilégio maior). Atos ilícitos afetam a palavra “ordem” da bandeira nacional. Afetando a ordem, o povo sente um sentimento de insegurança, de desconfiança.
Uma liberdade conquistada nos últimos tempos de chorar ou de comemorar? A liberdade de passar na rua e cumprimentar “olho-a-olho” todos, o tempo para a família, a festa em família com todos os membros presentes, liberdade de sair de casa e confiá-la aos vizinhos, ficar na rua tranquilamente até tarde da noite, ter a certeza de ser bem tratado e tratar bem, ficar mais tempo conversando pessoalmente que virtualmente, ser amigo da natureza, convivendo com ela, e não querendo acabar com ela, será que essa progressões humanas, estão tornando o mundo mais humanizado, melhor?
Precisamos mudar, ou caso contrário, vamos perder toda a liberdade, alcançada na liberdade, essa segunda liberdade, que nos faz tão felizes hoje, mas que pode trazer conseqüências inimagináveis, pois fazendo o que se quer e não se respeitando a integridade da pessoa ou natureza, se recolhe o que não quer, e depois ainda são feitos questionamentos inconvenientes sobre conseqüências lógicas. Não há mais ponto de referencia ético (que impõe deveres e direitos) para se seguir, o que se quer é uma liberdade própria, não se quer mais estar preso a nada, essa liberdade maior que se prega hoje, se não houver uma limitação dela vai se perder. Se não for uma liberdade ao bem das pessoas e do mundo, se não for, para uma irmandade e em último caso, voltada ao transcendente, a Deus o que se dirá de liberdade em breve? Só espero que nem chegue perto a liberdade ditatorial.
Jonas Rafael Ludwig

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