sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Consumo... é isso que me move?









Eis um assunto básico, que interfere na nossa vida durante vários momentos do dia, todo ser para sobreviver precisa consumir. Mas agora estamos inseridos numa sociedade onde as pessoas estão sendo mais que capitalistas, se assim podemos chamar, o consumo se tornou o principal característica de motivação para muitos humanos.

A maneira que o consumo está invadindo a sociedade capitalista é impressionante, e está acima de outras dimensões humanas, tanto no plano individual, quanto no coletivo, verifica-se inclusive uma “mutação” nas bases do que se entende por Ser Humano. A pessoa, nesse novo regime, é considerada pelo que consome e não pelo que é. Com esse esquema a questão de estar submisso ao consumo, de ter que se enquadrar numa estrutura já posta, é uma prática cotidiana. Mas até que ponto isso pode ser considerado favorável ao desenvolvimento humano?

Em nossa sociedade há, supostamente, condição de liberdade. Mas percebe-se que somos guiados por uma compulsão de comprar, comprar segundo as necessidades, desejos ou impulsos. Vê-se que esses três aspectos que nos motivam a ir em busca da compra: o primeiro, correspondente às necessidades básicas, e está presente em todas as pessoas; o segundo localiza-se nos desejos, produzido socialmente e já com algumas facilidades tecnológicas, como cartão de crédito, de financiamentos; o último é o impulso, a pessoa simplesmente enxerga algo e já fica inquieta, faz de tudo, utilizando qualquer ferramenta para possuir aquilo que veio a tona. Os dois últimos itens, os de desejos e impulsos estão em pleno desenvolvimento nas estruturas do ser humano, algo recente e atual, que é consequência da grande oferta de produtos ao consumo.

Isso acarreta que não se está mais numa situação de bens duráveis. Mas sim, O mercado de consumo contemporâneo não ajusta o nível da oferta à demanda existente, mas visa a criação de uma nova demanda para atender o potencial de oferta, ou seja, produz-se ais do que o básico necessário. Isso mostra o devir com que os produtos são atualmente considerados. O produto, ao ser lançado, já possui concorrentes, concorrentes que satisfazem com mais vigor o gosto nosso de consumir. Nenhum produto tem décadas de duração. O que está na moda hoje, em pouco tempo torna-se algo completamente fora do mercado.

Infelizmente, nós como pessoas estamos nessa “onda”, sempre queremos mais, poderíamos falar que nem estamos mais no plano do consumo, mas do consumismo. Mas é uma pena que isso tenha invadido tanto o jeito de ser, de se colocar no mundo. As relações que desenvolvemos estão sendo muito mais comerciais, do que por espontânea vontade, de uma simples amizade. Praticamente tudo é medido. E ninguém quer sair perdendo financeiramente. E nessa na perca, o destino final é consumir, e tirar ainda mais “forças” do mundo, do planeta, já tão devastado e mudado. Mas não nos preocupemos, vamos receber o que merecemos.

Jonas Rafael Ludwig

Um comentário:

  1. Infelizmente a tendência do consumismo é crescer cada dia mais no mundo inteiro.
    Será que a culpa é dos profissionais de marketing ou das empresas que visão demais o lucro?

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